domingo, setembro 30, 2007

Outras Perspectivas (9)

Postal evocativo de Egas Moniz com traje académico, selo comemorativo e carimbo do Hospital de Santa Maria. Múltiplas inscrições em busca de um efeito: manter activas as imagens.

No verso do postal: "António Caetano de Abreu Egas Moniz, político, diplomata,literato, crítico de arte e acima de tudo médico, professor e cientista, nasceu em Avanca em 1874 e faleceu em Lisboa em 1955. Foi-lhe atribuido em 1949 o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia"


Cortesia de Vieira Pinto, do seu arquivo de "Figuras Ilustres".




sábado, setembro 22, 2007

Outras Perspectivas (8)




"Tivemos, portanto, que esperar até ao ano de 2000 para ver a atribuição do prémio Nobel a um psiquiatra por uma investigação psiquiátrica, com a concessão ao catedrático da Universidade de Columbia, Eric R. Kandel, pelas suas descobertas na área da aprendizagem e da memória, em especial pela diferenciação dos mecanismos moleculares do armazenamento da memória a curto e a longo prazo. Este investigador, autor do livro imprescindível Principles of Neurosciences, iniciou o seu percurso clínico nos anos 60, ao entrar para a Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard com o objectivo definido de se dedicar à psicanálise, fascínio que termina por se esbater ao aperceber-se que, segundo explicou no discurso lido perante a Fundação Nobel, as limitações da psicanálise se prendiam com a forma como esta teoria tratava “o cérebro, o órgão que gera o comportamento”, que era abordado “como uma caixa preta”. Isto é, para Kandel, a psicanálise fez com a biologia do cérebro o que o comportamentalismo clássico tinha feito com a vida intrapsíquica: negou-a


Gramary, Adrian., (2007),“De Egas Moniz e da impossibilidade de mudar o passado” in Saúde Mental, Volume IX Nº2 Março/Abril 2007, pp. 53-57.


Versão do artigo, na íntegra, em PDF [AQUI]

quinta-feira, setembro 13, 2007

Outras Perspectivas (7)

Muito obrigado a Vieira Pinto pela foto da capa do livro de Egas Moniz “A Vida Sexual” e pela anotação que juntou à mensagem que me enviou:

Quando o que é (era) proibido passa (passou) por muitas mãos, fica neste estado. Bom sinal!

Há, na história da recepção deste livro, uma série de desafios à compreensão de como fomos encarando e pensando as problemáticas sexuais, desde finais do século XIX. Esta edição de 1904 separa ainda a 1ª parte - “Physiologia”, - em edição autónoma, da 2ª parte - “Patologia”, - que virão a ser reunidas num só volume a partir de 1913. Um verdadeiro best seller, para a época, polémica, desafiadora dos interditos puritanos e sexófobos, foi objecto de 19 edições até 1933. O regime fascista veio a condicionar a sua circulação, colocando obstáculos e filtros elitistas à sua leitura ou aquisição. Já aqui nos referimos, de passagem, a alguns desses aspectos. Ver, p.ex., [aqui] e também [aqui].


Suma Bibliográfica

«A Vida Sexual» (Fisiologia), 1ª edição, XXIV - 262 pp., Coimbra 1901, 2ª edição, XIX - 352 pp., Lisboa, 1906.

«A Vida Sexual» (Patologia), 1ª edição, XXIII - 324 pp., Coimbra 1901, 2ª edição, XXVII - 322 pp., Lisboa, 1906

«A Vida Sexual», (Fisiologia e Patologia), Junção dos dois volumes anteriores, consideravelmente alterados em alguns capitulos. 3ª edição, XIV - 544 pp., Lisboa, 1913; 4ª edição, XXIX - 574 pp., Lisboa, 1918; 5ª edição, XXVI - 578 pp., Lisboa, 1922; 6ª edição, XXXVI - 578 pp., Lisboa, 1923; 7ª edição, Lisboa, 1928; 8ª edição, Lisboa, 1930; 9ª edição, Lisboa, 1930; 10ª; 11ª; 12ª e 13ª edição, 598 pp., Lisboa 1931; 14ª; 15ª; 16ª e 17ª edição, Lisboa, 1932; 18º e 19º edição Lisboa, 1933.