As duas passagens anteriores (Bibliografia sobre Egas Moniz 1 e 2) do artigo de Seabra Dinis, são particularmente significativas. Põem em realce três aspectos da vida e obra de Egas Moniz que hoje nos podem parecer evidentes mas que raramente foram assinalados na literatura coetânea. Primeiramente, a referência à propensão cultural e ideológica de Moniz para posições políticas de carácter conservador. Depois, a observação de que o homem de Avanca era «sintónico de carácter». Em terceiro lugar, a fixidez teórica do neurologista «resistindo a toda a orientação da psiquiatria dos últimos decénios».A publicação deste artigo um ano depois de Egas Moniz ter sido agraciado com o prémio Nobel da Medicina ou Fisiologia, numa revista da especialidade, atesta que, a par do elogio do «sábio» de renome internacional - que J. Seabra Dinis também celebra no mesmo artigo - se desenhava uma abordagem crítica, não meramente seguidista e reverencial, que fornecia uma visão equilibrada e contrastada da vida e da obra do criador da Angiografia Cerebral.
sexta-feira, abril 08, 2005
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2 comentários:
O que é surpreendente neste Nobel é a grande participação política, de alto nível, a par de uma intensa e absorvente carreira científica.
Um blog sobre o Egas? Muito bem mas...e o Puxa Palavra? Órfão! triste, sem uma poesia, sem um comentário político que dê asas a uma boa polémica!
Raimundo, desculpa só agora responder. Estive fora e sem um acesso decente à net. Obrigado pelo teu comentário. Conto desenvolver o tema à laia de resposta à questão que colocaste, em breve. Quanto ao PUXA, já deves ter reparado que quando posso não falto. ; ) Um abraço.
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