Egas Moniz é também patrono de Loja Maçónica (Maçonaria Regular)
Portanto, Egas Moniz não era pseudónimo. Por razões que o próprio Moniz descreveu, a coisa decorreu de uma mitificação feita pelo seu tio padrinho, Abade de Pardilhó, convicto de uma linhagem que mergulharia nos confins da fundação da nacionalidade. Contudo, quando Egas Moniz foi iniciado na Maçonaria (Loja Simpatia e União, em 15 de Dezembro de 1910, de acordo com os arquivos do Grande Oriente Lusitano), escolheu para nome simbólico precisamente o «mesmo». Porquê «mesmo» entre aspas? Porque assim, ao escolher para nome simbólico (equivalente a um pseudónimo, grosso modo), o nome de «Egas Moniz», a questão colocada por João Alves dos Santos retoma pertinência. Com o nome simbólico que os mações iniciados escolhiam, prestavam muitas vezes, simultaneamente, uma homenagem a uma figura histórica de sua eleição. Ao escolher o «próprio» nome, Egas Moniz estava a homenagear o aio de D. Afonso Henriques, do qual o seu tio Abade acreditava descender, ou a homenagear-se a si próprio? Não sabemos mas, por precaução, somos levados a reformular a resposta imediata que demos no primeiro poste desta série, à pergunta «Foi ‘Egas Moniz’ pseudónimo do insigne neurologista português ganhador do primeiro Nobel?». A devida resposta, tendo em consideração o que recordámos até aqui, é não. À partida não era pseudónimo. Mas, depois, até chegou a ser. Aí está um caso «concreto» em que uma coisa pode ser e não ser, ao longo do tempo.
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