No recém fundado Estudos sobre a Leucotomia, Ricardo S. Reis dos Santos inseriu um post intitulado "Os problemas das fontes: jornais e revistas", de que reproduzo extractos:
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Na edição de Setembro de 2006, a revista MAGAZINE – Grande Informação publicou um artigo da autoria José Manuel Simões sobre os judeus. A páginas tantas, nomeadamente na página 39, é feita uma referência aos judeus portugueses. Entre o poeta Luis Vaz de Camões, a poetisa Emma Lazarus e o matemático Pedro Nunes, lá aparece o Prémio Nobel da Medicina Professor Egas Moniz. Sobre este escreve-se o seguinte:
«O conselheiro real Egas Moniz era um judeu safardita português, um seu descendente, o professor Egas Moniz, passados oitocentos anos, ganhou, em 1949, o primeiro Prémio Nobel da Medicina para Portugal por ter descoberto a lobectomia e a angiografia (...)»
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Sem prejuízo de um mais circunstanciado comentário, parece-nos que a hipótese de Egas Moniz descender do aio de D. Afonso Henriques, com o mesmo nome, é vaga, improvável, e mereceu ao próprio Moniz algumas notas de desafectação [ver, p.ex. aqui e aqui]
Egas Moniz referiu-se aos judeus, umas quantas vezes, em termos (pelo menos) pouco lisonjeiros. Sendo irrisório o grau de probabilidade de Moniz se ter convertido, resta-nos apreciar a diligência de José Manuel Simões à luz do que poderíamos chamar o engrandecimento de uma certa ideia de judaísmo através do reforço simbólico que representaria a “inclusão” histórica de alguém cuja reputação acentuaria as características positivas e heróicas do grupo de pertença (efectiva ou mitificada).
É uma perspectiva interessante.
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1 comentário:
O comentário apagado era falso. Tratava-se de publicidade farmacêutica.
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