Blog a Blog.
Há a assinalar o surgimento de um novo blog dedicado ao mais controverso dos métodos criados pelo neurologista português Egas Moniz. O “Estudos sobre a Leucotomia” veio trazer o seu concurso a esta área de estudo e reflexão.
O novo blogger -- Ricardo S. Reis dos Santos -- ocupa-se principalmente da denúncia daquilo a que chama as “falácias” acerca do método leucotómico.
Bem vindo.
Vamos a isto!
terça-feira, setembro 26, 2006
Egas Moniz ganhou ... mais um Blog!
segunda-feira, setembro 25, 2006
No cinquentenário da morte de Egas Moniz (5)
(Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa)
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa assinalou o evento já em 6 de Fevereiro deste ano.
A publicação das comunicações feitas na respectiva sessão comemorativa foram recentemente publicadas na Revista da Faculdade, nº 3, Maio-Junho [disponível aqui].
sábado, agosto 26, 2006
Representações de Egas Moniz (1)
quarta-feira, abril 19, 2006
O novo paradigma neuronal (1)
Santiago Ramón y Cajal
Foi ao ligar-se com cientistas e sociedades científicas da Alemanha, França, Itália, Bélgica e Suécia, que Ramón y Cajal imprimiu o impulso decisivo à avaliação e validação das suas teses, rapidamente partilhadas, discutidas e confirmadas por comunidades científicas cujas ligações se iam tornando indiferentes às fronteiras nacionais, mas cujas concentrações de saber-poder configuravam, nos planos cultural e político, assimetrias homólogas às que se verificavam nos planos social e económico.
sábado, fevereiro 11, 2006
Egas Moniz e o Prémio Nobel (1)
A avaliação da candidatura de Moniz foi feita por Hans Christian Jacobeaus.
Num relatório de pouco mais de uma página, Jacobeaus, após uma descrição sumária do método e de uma apreciação meteórica dos resultados obtidos, enfatiza os inconvenientes, e lavra o seu parecer (que pode ser lido aqui)
quarta-feira, dezembro 28, 2005
Álvaro Cunhal e Egas Moniz (1)
Referências a Egas Moniz na obra de José Pacheco Pereira
Cruzamento de referências na Biografia de Álvaro Cunhal que José Pacheco Pereira (blogue sobre a Biografia, aqui, e Abrupto, ali) tem vindo a publicar, tendo dado à estampa, recentemente, o 3º volume «Álvaro Cunhal. Uma biografia política – O prisioneiro (1949-1960)», Vol. III, Lisboa, Temas e Debates, 2005.
Por volta dos anos vinte do século passado, Egas Moniz deixa a política activa. Tendo em conta o modo como se passa a referir a esse período que foi de 1901 até cerca de 1920, poder-se-ia dizer que «abandonou» a política activa, desapontado com o desfecho do ciclo sidonista e a impossibilidade do reagrupamento de dissidentes evolucionistas, unionistas e ex-sidonistas, num novo partido orientado contra os excessos jacobinistas da «República Velha».
O 28 de Maio de 1926 encontra-o a trabalhar activamente, na Universidade e no laboratório, preparando, em segredo, a invenção da Angiografia Cerebral. Seguir-se-lhe-á, em 1935 a descoberta da leucotomia pré-frontal e a elevação da sua notoriedade internacional que culminará, em 1949, com a atribuição do Prémio Nobel da Medicina ou Fisiologia.
Durante esse período, Moniz está, quase por completo, dedicado ao ensino e à investigação científica.
Porém, a partir da sua jubilação e, mais acentuadamente, após ter recebido o Prémio Nobel, Egas Moniz adoptará uma militância de carácter cívico, em prol da causa da Paz e da Liberdade, demarcando-se sempre das correntes que considerava radicais.
A primeira entrada de Egas Moniz no território biográfico que Pacheco Pereira delimitou, encontra-se no 2º volume da biografia: JPP, (2001), Álvaro Cunhal. Uma biografia política - «Duarte», o dirigente clandestino (1941-1949), Vol. II, Lisboa, Temas e Debates.
Reza assim, a páginas 808:
Assim, em Março de 1947, a CC do MUDJ, numa circular confidencial, lançava uma campanha para recolha de 20.000 assinaturas destinadas a patrocinar uma homenagem a Norton. De forma críptica, dizia-se «tratar-se de uma iniciativa de maior alcance político, da qual podemos tirar várias conclusões, altamente agradáveis para nós» {nota 39: a comissão central do MUDJ, circular extraordinária às comissões (confidencial), 11 de Março de 1947.} no entanto, o nome do General não suscitou consenso desde o início e, na oposição não comunista, Sérgio, parte do PRP e Cunha Leal opuseram-se. As razões não eram coincidentes e espelhavam divergências que já vinham de trás, mas somente Cunha Leal se manteve tenaz na sua atitude de recusa.
António Sérgio pretendia a candidatura de um militar moderado no activo, ligado ao regime, Costa Ferreira, ou o Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, considerando as mais abrangentes e mais capazes de mobilizarem áreas fora da tradicional oposição {nota 40: Secretariado do PCP, Alguns aspectos da actividade do sr. A. S. Contrárias à Organização do Conselho Nacional, Agosto, 1948}.
Esta passagem é interessante a vários títulos. Salienta as clivagens existentes nas oposições ao regime fascista, mostrando quão complicadas já eram, por esses tempos, as coisas nestas paragens; chama a atenção para a demarcação comunistas/não comunistas; e comete um pequeno deslize de carácter anacrónico: trata Egas Moniz como Prémio Nobel, coisa que só virá a verificar-se mais tarde, em 1949. É inteiramente compreensível o deslize. Poder-se-ia até, se necessário, em favor de Pacheco Pereira, sustentar que, escrevendo nós sempre no presente, não é de espantar que colemos aos actores históricos as qualidades que já sabemos que eles virão a adquirir num futuro não muito longínquo. É claro. No entanto, aqui fica a reflexão.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
No cinquentenário da morte de Egas Moniz (4)
PÚBLICO de hoje (2005-12-15, pág.5)
«É no mínimo de espantar que, àparte algumas notícias em jornais de qualidade inequívoca, os 50 anos da morte de Egas Moniz não tenham suscitado um tratamento mais acalorado por parte dos órgãos de comunicação social. Esperaríamos, pelo menos, uma pequena exposição ou ensaio biográfico. Mas pouco ou nada se fez! Não entendo a razão de tamanha escassez de orgulho num homem que revolucionou o mundo das neurociências. Não consigo perceber o porquê de tal acontecimento.»
A perplexidade de Luis Coelho é compreensível. Numa época em que a ciência se constituiu como o mais aperfeiçoado patamar da nossa racionalidade, impondo-se como perspectiva doutrinária e critério dominante do acerto das políticas públicas, a «escassez de orgulho» num cientista português agraciado, em 1949, com o maior galardão da «Medicina ou Fisiologia» é estranha.
Por estar de acordo com o autor da carta, e independentemente de o seguir em todas as afirmações parcelares que nela faz, adiantarei, proximamente, uma série de reflexões acerca do relativo blackout que tem vitimado a memória de Egas Moniz.