quinta-feira, dezembro 15, 2005

No cinquentenário da morte de Egas Moniz (4)



PÚBLICO de hoje (2005-12-15, pág.5)

O PÚBLICO de hoje inseriu na rubrica «Cartas ao Director» um texto assinado por Luis Coelho, de Lisboa, em que o signatário expressa surpresa pelo facto de o Cinquentenário da Morte de Egas Moniz não estar a merecer o destaque que seria adequado ao primeiro Nobel português. Diz ele que

«É no mínimo de espantar que, àparte algumas notícias em jornais de qualidade inequívoca, os 50 anos da morte de Egas Moniz não tenham suscitado um tratamento mais acalorado por parte dos órgãos de comunicação social. Esperaríamos, pelo menos, uma pequena exposição ou ensaio biográfico. Mas pouco ou nada se fez! Não entendo a razão de tamanha escassez de orgulho num homem que revolucionou o mundo das neurociências. Não consigo perceber o porquê de tal acontecimento.»

A perplexidade de Luis Coelho é compreensível. Numa época em que a ciência se constituiu como o mais aperfeiçoado patamar da nossa racionalidade, impondo-se como perspectiva doutrinária e critério dominante do acerto das políticas públicas, a «escassez de orgulho» num cientista português agraciado, em 1949, com o maior galardão da «Medicina ou Fisiologia» é estranha.


Por estar de acordo com o autor da carta, e independentemente de o seguir em todas as afirmações parcelares que nela faz, adiantarei, proximamente, uma série de reflexões acerca do relativo blackout que tem vitimado a memória de Egas Moniz.

1 comentário:

Raimundo Narciso disse...

Também apoio. Será que os portugas se estão a deixar intimidar com as iniciativas um tanto parolas de uns norte-americanos que fazem uns ridículos abaixo-assinados para a retirada do NObel ao Egas?