Vamos aos erros:
Neste livro, ao designar os nomeadores de Egas Moniz para a sua 5ª nomeação, surgem “Sousa Campos, Louchi, Buschi, neuropsiquiatras brasileiros que etc” (p. 106), quando, de facto, em investigações anteriormente publicadas há mais de uma década (e que são de acesso aberto) estipulam, em tradução do sueco para português, que tais nomeações vieram de Copenhaga, — E.M. Busch; de Lisboa, — Celestino da Costa, Barahona Fernandes, Castro Freire, J. M. Loureiro, Pereira Flores; e de São Paulo, — Souza Campos, R. Locchi, e Jaime Periera.
São gralhas, com certeza. Mas sem qualquer errata, o leitor incauto fica sem saber que, aos brasileiros e portugueses, se tinha juntado também um dinamarquês. Por outro lado, ao que se sabe até hoje, nenhum dos nomeadores brasileiros participou no 1º Congresso de Psicocirurgia de 1948, em Lisboa.
Para a 4ª nomeação do Nobel, o autor indica (p. 105) que a avaliação do Comité Nobel “se perdeu na 2ª Guerra Mundial”. Não é verdade. A carta de nomeação assinada por Walter Freeman, o relatório de Hessen Möller e o resto do processo de 1944 estão também disponíveis. Foram traduzidos do sueco para português, e podem ser consultados por quem estiver interessado em aprofundar as coloridíssimas contradições que levaram o Comité Nobel a desvalorizar sucessiva e paradoxalmente, a Angiografia Cerebral, recusando-lhe o prémio desde 1928.