terça-feira, junho 07, 2022

Biografia de Egas Moniz da autoria de Victor Oliveira (1)

 



OLIVEIRA, Victor, Egas Moniz. Legado da sua vida e obra, Lisboa, By The Book, 2019.


Género celebratório, reverencial, devolvendo ao biografado muito dos seus tópicos favoritos, indicados na literatura corrente, desde o título à última linha; postura parcialmente inspirada na biografia de João Lobo Antunes (Egas Moniz: uma biografia) - o biografado terá conseguido praticamente tudo o que quis, etc. De resto, excelente apresentação, encadernação, grafismo, couché de luxo, bem escrito e, de acordo com o género, bem organizado. O cientista nobelizado, o político, e outras facetas, num descritivismo com algumas lacunas (certamente voluntárias), designadamente quanto a elementos de contextualização, indispensáveis para compreender o percurso e o tipo de relações que o biografado foi estabelecendo. A elas me referirei em próximos posts, em jeito de recensão.



sexta-feira, janeiro 21, 2022

Cruzamento de biografias (1)

 






Na visita guiada conduzida por José Luis Garcia, ontem (20/01/2022) à exposição sobre a vida e obra de Mário Domingues, Anarquista, cronista e escritor da condição negra, na Biblioteca Nacional, pode ver-se, num dos expositores uma carta que Egas Moniz endereçou a Mário Domingues.



O significado deste cruzamento é de curto alcance, mas não deixa de constituir um apontamento sobre os pontos de intersecção das biografias.




sexta-feira, janeiro 07, 2022

Egas Moniz ao Panteão Nacional (9) Aristides de Sousa Mendes (1885-1954)

 



“Entra, hoje, no Panteão Nacional, Aristides de Sousa Mendes.” (Do discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 19 de outubro de 2021, na cerimónia oficial).

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa comete um deslize, ao afirmar que a plêiade contraditória de ex-presidentes da República que designa foram todos consagrados antes da revolução do 25 de abril de 74. Não. Manuel de Arriaga só se viu no Panteão em 16 de setembro de 2004, 30 anos após o derrubamento do Estado Novo.

No seu breve discurso, Marcelo Rebelo de Sousa simplifica o imbróglio em que o Panteão se tornou, atribuindo-lhe um critério genérico: os homenageados apresentariam

“Dois traços comuns: mudaram a História de Portugal e projetaram Portugal no universo. Todos eles. Disso mesmo tendo, ou não, o exato entendimento.

Na política, na música, na escrita, no desporto, na diplomacia ao serviço da vida e da liberdade.

E assim continuamos em matéria de Panteão, a tentar justificar o império da contradição e a achar “natural” que nenhuma mulher ou homem de ciência tenha até agora ombreado com os que ali foram deitados para dormir “até ao fim dos tempos. Se os tempos tiverem fim”.



terça-feira, dezembro 28, 2021

Contos da lobotomia

 


Do outro lado da glória científica da psicocirurgia está a tragédia das pessoas leucotomizadas, e lobotomizadas. São conhecidas muitas biografias e enaltecidas as “tentativas operatórias” de uns, mas o enquadramento histórico fica incompleto e desequilibrado sem indagar e revelar os resultados nas suas múltiplas dimensões.

Registar ou enaltecer os grandes empreendimentos deixando o holofote a iluminar os “grandes homens” e as “elites” foi uma constante do modo de fazer história que atravessou diferentes historiografias até aos dias de hoje. Fazer-lhes o contraponto, alargar o enfoque aos restantes atores históricos não é novidade. Apenas continua a ser raro.

Aqui no blogue do lado, Contos da Lobotomia, inaugura-se a publicação de algumas histórias que ajudam a completar as aventuras da psicocirurgia.

sábado, maio 22, 2021

1949 - Um Nobel complexo: Egas Moniz

 


Para quem tiver interesse, aqui está o link para um artigo de revisão sobre as biografias de Egas Moniz, publicado no último número da revista CEPIHS.

1949 – Um Nobel complexo: Egas Moniz