Do outro lado da glória científica da psicocirurgia está a
tragédia das pessoas leucotomizadas, e lobotomizadas. São conhecidas muitas
biografias e enaltecidas as “tentativas operatórias” de uns, mas o
enquadramento histórico fica incompleto e desequilibrado sem indagar e revelar
os resultados nas suas múltiplas dimensões.
Registar ou enaltecer os grandes empreendimentos deixando o
holofote a iluminar os “grandes homens” e as “elites” foi uma constante do modo
de fazer história que atravessou diferentes historiografias até aos dias de
hoje. Fazer-lhes o contraponto, alargar o enfoque aos restantes atores
históricos não é novidade. Apenas continua a ser raro.